A maior parte dos frequentadores do Shopping Center Norte, guia do bairro Vila Guilherme, evitou fazer compras no centro comercial depois da notícia de que o local será fechado pela Prefeitura por causa da infiltração de gás metano no terreno do estabelecimento. Segundo lojistas consultados pelo DIÁRIO, o movimento caiu de 50% a 80%.

“Eu vendia de R$ 5 mil a R$ 6 mil durante os dias úteis. Agora o faturamento caiu para R$ 1 mil”, afirmou Renata de Cássia, de 22 anos, gerente da loja de roupas Opção. “Por medo de que o shopping exploda as pessoas não estão vindo comprar”, diz a gerente.

Robson Garcia Duarte, de 52 anos, gerente da loja de roupas de surf Hot Water, viu as vendas despencarem 80%. “Eu estou neste ponto há 17 anos e não entendo por que agora foram espalhar essa notícia. Estamos com um prejuízo enorme. Quem vai arcar com isso?”, perguntou Duarte.

Na loja Armazém Ervadoce, a gerente Gina Santos, de 51 anos, falou que o movimento caiu 50% em relação aos dias anteriores à notícia do risco de explosão. “A administração do shopping nos garantiu que está tudo sob controle, mas será que está mesmo?”, falou Gina.

Entrevista
Luiz Teixeira Ferreira_
Professor de direito da PUC

Lojistas têm direito a indenização por prejuízos
DIÁRIO_ É possível reverter o fechamento do shopping?
LUIZ TEIXEIRA FERREIRA _ Teoricamente é possível, mas dificilmente algum juiz vai querer assumir a responsabilidade de colocar pessoas em risco, uma vez que haja perigo real de uma calamidade pública.

Quem pode ser responsabilizado pelo problema?
O shopping funciona porque teve autorização da Prefeitura e dos órgãos ambientais. Cabe processo contra o Estado, os construtores e os proprietários do estabelecimento. Há que se determinar quem concedeu autorização para a construção do shopping nesse terreno.

Os lojistas têm direito a indenização?
Sim. Eles são inocentes que adquiriram lojas ali e constituíram negócios legítimos baseados na boa-fé. Cada um deverá buscar seus direitos.

Fonte: Diário de S. Paulo