Vila Guilherme recebe Salão das Motopeças
quinta-feira, 2 de agosto de 2012Começou nesta quarta-feira o 7º Salão das Motopeças, organizado pela Associação Nacional dos Fabricantes e Atacadistas de motopeças (Anfamoto). A feira ocorre no pavilhão amarelo do Expo Center Norte e é uma oportunidade para o setor conhecer novidades e trocar cartões de visita: “Esse tipo de evento é mais para prospectar novos clientes. Muitos vêm do interior, falam com os representantes e os compradores vêm olhar”, afirma o presidente da associação, Orlando César Leone.
“Esperamos cerca de 20 mil visitantes, representando 6 mil empresas diferentes”, estima Leone. O aparente sucesso pôde ser medido pela movimentação de pessoas já na primeira hora após a abertura e pelo assédio das emissoras de TV. Quando Automotive Business terminou a entrevista a Leone, por volta das 16h30, ele já havia recebido uma emissora de TV aberta e aguardava outras duas. “Isso não ocorreu na primeira edição, em 2000”, recorda o presidente da Anfamoto.
Leone também dirige a Montanna, uma distribuidora, importadora de componentes e representante dos capacetes sul-coreanos HJC. “Formaremos uma joint-venture com eles. Vamos investir acima de US$ 10 milhões em imóvel e maquinário para produzir aqui”, revela o executivo. Os itens mais vendidos pela empresa são os chamados “kits relação”, conjuntos de três peças formados por corrente, coroa e pinhão. Em motos de baixa cilindrada, costumam durar menos de 20 mil quilômetros, assim como o pneu traseiro, e por isso são trocados com frequência.
Foi com esses componentes que surgiu em 1963 a Vaz. “Vendemos perto de 1 milhão de kits por mês”, afirma a gerente de vendas Michele Alves. O forte da Vaz é o mercado de reposição, mas a empresa também fornece itens originais para Yamaha e Kawasaki. A fabricante diversificou sua linha e produz pedais, manetes, cubos de roda, sapatas e pastilhas de freio. A empresa faz também capacetes desde 2008 e comercializa lubrificantes para motor e em spray. Está instalada em duas fábricas no interior paulista, uma em Jundiaí e outra em Louveira.
Os capacetes são um filão importante desse setor. A maioria dos estandes exibe dezenas deles. A Taurus montou lá o seu para expor cerca de 20 modelos nacionais e três lançamentos importados. Quando perguntado sobre eventuais reflexos da queda no mercado de motos, o gerente da Taurus, Gianfranco Milani, responde: “Neste primeiro semestre já vendemos 1,3 milhão de itens, cerca de 10% a mais em relação ao mesmo período do ano passado.” Em todo o ano de 2011, a Taurus pôs no mercado brasileiro 2,3 milhões de capacetes.
Juntando os dois modelos mais vendidos da marca, chega-se a 12 mil unidades por mês só na cidade de São Paulo. Ao observar o movimento da segunda hora de abertura da feira, Milani se animou: “Acho que vamos ‘bombar’ este ano!” Para aproveitar o potencial de seus canais de venda, a Taurus também diversificou a linha produzindo dois bauletos, de 29 e 33 litros. Um terceiro modelo capaz de transportar dois capacetes está em desenvolvimento.
Outra grande empresa presente no evento é a Levorin, que produz câmaras de ar e oito linhas de pneus para moto, cada uma com pelo menos cinco medidas diferentes. A empresa também fabrica câmaras e pneus para bicicletas, para aplicação industrial, construção civil, insumos para reforma de pneus (camelback) e outros itens. “Temos duas unidades, uma em Guarulhos (SP) e outra em Manaus (AM)”, afirma o gerente da unidade moto, José Alair de Moraes. “A Levorin gera em torno de 2 mil empregos diretos”, diz Moraes. De acordo com ele, a divisão de motos responde por 40% do faturamento da empresa. O foco é o mercado de reposição, mas a Levorin também fornece pneus originais para as Honda CG 125 Fan e CG 125 Cargo, que juntas tiveram 188,4 mil unidades emplacadas de janeiro a julho deste ano, representando um terço das motos urbanas vendidas no Brasil.
CAPAS DE CHUVA, BAÚS E EQUIPAMENTOS PARA OFICINA
Há 40 anos, uma empresa começou a produzir guarda-sóis e bolsas impermeáveis de PVC. Mais tarde, no início dos anos 1980, vendo o mercado de motos crescer, seu proprietário desenvolveu o primeiro conjunto impermeável para pilotagem na chuva, composto por calça e jaqueta. O item tornou-se indispensável para qualquer um que use moto no dia a dia.
“Temos hoje 35% desse mercado no País, diz o diretor da empresa, Luiz Antônio Orlando. “Na cidade de São Paulo dá mais de 50%”, garante. Hoje, a Alba divide mercado com produtos nacionais e também chineses. Tem duas fábricas, uma Campinas e outra em Jaguariúna. Emprega cerca de 250 colaboradores. Como outras grandes do setor, a empresa aproveitou os canais de distribuição e diversificou a linha de produtos impermeáveis. Faz também capas de náilon (mais leves e menos volumosas), mochilas, luvas e polainas.
Outra marca forte entre os motociclistas é a Still Glass, cujos principais produtos são os baús para transporte de encomendas. “Temos mais de 30 modelos em linha e também fazemos baús sob encomenda e personalizados”, afirma o gerente de vendas Alcebíades Teixeira Neto. A empresa tem entre seus clientes a Ambev e os Correios.
A linha inclui modelos de fibra de vidro e de plástico. A fábrica fica em Santo André, na grande São Paulo, e emprega 35 funcionários. Sobre a participação na feira, o gerente de vendas explica: “A empresa tem mais de 25 anos, é preciso vir para fazer contatos e participar. É uma festa.” A fabricante de ferramentas Galmar também expõe seus produtos no Salão das Motopeças. Além dos itens tradicionais, como chaves fixas e elevadores para moto, chamam a atenção os equipamentos eletrônicos que a empresa instalada em Americana (SP) oferece: “Os scanners estão entre os mais vendidos. As oficinas que não têm equipamentos eletrônicos estão ultrapassadas”, afirma o consultor de vendas Demerson Prearo.
Ele explica que o scanner serve para identificar falhas nos sensores que fornecem informações para o funcionamento correto da injeção eletrônica. A Galmar vende também bombas de combustível auxiliares (para diagnose de falhas e socorro mecânico), aparelhos para limpeza de bicos injetores e carregadores automáticos para até cinco baterias de uma vez: “Este último foi desenvolvido a pedido da Harley-Davidson”, revela Prearo.
O Expo Center Norte fica na Avenida Otto Baumgart 1.000, na Vila Guilherme. Horários de funcionamento: até 3 de agosto, das 15h às 21h30; no dia 4, das 15h às 20h. Mais informações pelo telefone (11) 3052-2002 ou no salaodasmotopecas.com.br.
Fonte: AutomóveisBusiness
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